A verdade é sempre muito simples, a gente que não quer ver, porque apesar de simples, ela dói.Se fosse tudo muito complicado, talvez não machucasse tanto...
A complicação meio que justifica tudo.
Conversando com um amigo, perguntei sobre a moça com quem ele andou saindo pouco tempo atrás, e ele disse: "Aquela megera?!?! Sei lá daquela doida! ...Te disse que ela me ligou sábado 3hs da manhã?"
E eu: E o que foi, ela bebeu?
É o que a gente pensa logo né, uma moça ligando pra um recente ex-affair no meio da madrugada, só pode estar de porre!
E ele: Sei lá, nem atendi. Depois ela mandou uma mensagem pedindo que eu atendesse...
Fato é que ele não atendeu, não retornou e deixou pra lá, no fim da conversa ele disse assim: "Eu soube que ela foi assaltada... Será que levaram o carro da coitada e ela tava ligando pra pedir ajuda?"
...
Aí eu pensei em como a vida é cruel com a gente.
Ela é boa sim, não desacreditei ainda, embora esteja quase lá, e devo confessar que isso me traz uma boa dose de otimismo quanto ao desfecho das coisas quando eu desistir de dar tantas chances à felicidade...
Voltando às ironias da vida.
E eu só prestei atenção a isso porque o momento pelo qual estou passando me fez entender exatamente o que a bichinha deve ter sentido naquela hora e principalmente no outro dia, quando não houve nenhuma ligação por parte do bom rapaz (sem ironias, ele é um ótimo rapaz mesmo!)
Um cocô! Ela se sentiu um cocô!
Foi assim que me senti quando vi meu amor ser desvalorizado pela pessoa a quem o dediquei...
Eu quis ser dele, e depois de nadar, nadar, nadar, ele propôs que fôssemos leves e livres, o que em tradução literal quer dizer: Sejamos de outros também, sem cobranças, sem satisfações a dar...
Ele disse sua verdade, sua simples e clara verdade. E ela dói que só. Dói na cabeça, dói no coração, dói nas lembranças, dói na carne...
Às vezes eu fico com raiva de ver meu amor ser tratado dessa forma, de ver o quanto tive que aguentar pra no fim ouvi-lo dizer uma merda tão grande dessas.
Pelo menos a gente não chegou na praia...
Essa semana (que por sinal está sendo terrivelmente ruim) enquanto ia pra casa mais cedo (e eu fui pra casa mais cedo todos os dias, só querendo dormir, pra ver se passa logo) eu tava ouvindo uma música cantada por Marisa Monte e Cesaria Evora chamada "É Doce Morrer no Mar", e não tem nada a ver, mas fiquei pensando se seria melhor morrer no mar ou nadar, nadar e morrer na praia.
Melhor morrer no mar. Imagina! Ter que enfrentar todos os tormentos pra chegar na praia e... Pluft! Morreu!
Não que morrer tenha essa onomatopéia...
Voltando ao que interessa:
Enquanto a coitada da megera pensou no bom rapaz no momento de maior aperreio da sua vida, ele nem se preocupou em atendê-la, retornar sua ligação ou ao menos mandar um text message pra saber se tava tudo bem, porque pra ele, ela é só uma chata que ele chama de megera pra soar engraçado.
Enquanto eu me dispus a ser dele, que também é um bom rapaz, e desejei poder lhe dar todo o melhor que houvesse em mim, ele achou mais cômodo me dividir, pra ver se a bagagem pesava menos na viagem...
A isso chamamos "Desencontro de almas", e às vezes eles dóem mais que um encontro de cara com uma jamanta!